Tenho finalmente coragem para lhe perguntar: e o sexo?! Pelo modo como fecha os olhos e se cala, imagino que a pergunta lhe dói. Diz-me que o sexo era um exercício que ele parecia fazer consigo próprio, como um desportista que treina para chegar a uma meta e tornava-se desolador pois ficava cada vez mais aquém dela. Sentia-se quase um instrumento, a trave, as paralelas, ou apenas o chão, ela era apenas o suporte necessário. Chegou a um ponto que ela já não conseguia mais e foi rejeitando pouco a pouco qualquer iniciativa, apenas deixava que ele encostasse o corpo ao seu. Nunca falaram. Quando ela o fez já não valia a pena. Percebeu com clareza que voltar ao ponto de partida não era coisa que ele quisesse, era muito além do esforço de que seria capaz. *FV*